Seus pais vieram do nordeste durante a ditadura militar. Marialda e sua irmã sempre estudaram nas escolas públicas de São Caetano do Sul e participava ativamente do grupo de jovens da igreja São Francisco. Prestou concurso para Auxiliar Administrativa I na USCS, onde ingressou em 2001 e passou por diversas recepções da USCS em diferentes setores da universidade, inclusive o EAD onde revisa textos didáticos. Estudou Letras na Fundação Santo André e fez mestrado em Comunicação na USCS. |
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Pergunta (1):
Pode ir? Estamos gravando o depoimento da Marialda de Jesus Almeida, no campus centro da USCS, comigo, Luciana Cunha, professora Priscila Perazzo e na câmera Ileane Ribeiro. Eu nunca sei se falei tudo!
Pergunta (2):
Falou, falou _______.
Pergunta (1):
Tá, Laboratório Hipermídias [risos]. Mari fala para mim o seu nome completo, seu local e data de nascimento?
Resposta:
Marialda de Jesus Almeida, nome completo eu já até esqueci aqui eu to ____ [risos].
Pergunta (1):
Data de nascimento?
Resposta:
15 de março de 1980.
Pergunta (1):
Local?
Resposta:
Aqui em São Caetano!
Pergunta (1):
Você nasceu em São Caetano?
Resposta:
Nasci em São Caetano
Pergunta (1):
E como que foi a sua infância? Você nasceu em São Caetano, mas você não morou em São Caetano?
Resposta:
Morei sempre, sempre assim né? Até os 30 e pouquinhos anos eu morei em São Caetano, bom, gente eu não vou lembrar da minha idade. Mas aí que eu fui morar em Santo André em, quando eu, em 2000 e [pausa para pensar]. Quando eu entrei na faculdade, em 2006, mas eu sempre morei em São Caetano, meus pais vieram do Nordeste, da Bahia, aquela história né? No meio da ditadura, em busca de uma situação melhor, porque éramos pobres, bem pobres. Meu pai conseguiu, veio primeiro, conseguiu emprego aqui na GM, é uma história que eu acho de 40% de quem mora aqui no ABC [risos], eu acredito.
Pergunta (2):
Exatamente por ser clássica, conta!
Resposta:
Tá! [risos].
Pergunta (2):
Conta que é legal.
Resposta:
É, então, aí ele veio, conseguiu o primeiro emprego aqui na GM. Depois foi buscar a minha mãe, casou com a minha mãe, lá na Bahia ainda, e aí eles vieram para cá. Isso eu não vou lembrar o ano, mas era em 1975 [sinal com mão indicando ser a data referida próxima de 1975], é foi em 1975, e aí dois anos depois nasceu a minha irmã. Isso a gente sempre morando no bairro Santa Maria, sempre foi o bairro Santa Maria e, depois, nasci em 1980, meu pai continuou trabalhando na GM e minha mãe sem trabalhar até a nossa adolescência, então assim, a gente tinha um convívio muito grande com a minha mãe, com vizinhos, enfim. Eu estudei em uma EMEI, que eu não vou lembrar o nome, que absurdo né? Mas ali na rua Teffé, na Santa Maria, depois estudei no Doutor Rudge Ramos, Doutor Arthur Rudge Ramos, também, hoje ele é, não sei que ano que foi, que virou uma guarda municipal, a escola não existe mais, muito triste isso e, depois, agora é uma praça ali no lugar da escola.
Pergunta (2):
Era escola estadual a escola?
Resposta:
Era estadual. Só de primeiro grau, doutor Arthur Rudge Ramos chamava, e hoje eu moro no Rudge Ramos, é engraçado isso. E aí assim, era convivência com os amigos de rua, brincava na rua, aquela coisa que não existe mais hoje. Até porque a gente não tinha muito recurso dentro de casa para brincar, obviamente tinha boneca, essas coisas, mas o que a gente gostava mesmo era de brincar na rua. E aí eu participei muito tempo da igreja, ali na São Francisco, fui, participei de todos os movimentos, de grupo de jovens, de crisma, fui ministra da eucaristia e aí eu parei, não estudava, só queria ficar na igreja, a louca da igreja [risos]. Chegou um ponto que eu comecei a me questionar muitas coisas a respeito da igreja, comecei a ler outros livros, aí eu percebi que não era tudo aquilo, porque eu era uma carola mesmo. E aí eu falei: ‘Não, não é tudo isso, não é uma vida, e eu preciso organizar a minha vida', até porque eu trabalho em uma universidade e eu não vou estudar? E aí só com 26 anos que eu decidi fazer faculdade, eu fiz Letras na Fundação Santo André, antes eu estudei no Alcina também, sai do Rudge e aí fui e estudei no Alcina. Fiz processamento de dados no Alcina, e isso aí, eu comecei a participar da igreja, e depois percebi que não era tudo aquilo a igreja e me desvirtuei [risos], fui para as Ciências Sociais e aí fiz Letras e, depois de lá, não parei mais de estudar, e aí me encantei por estudar e para mim hoje, acho que assim, é tudo na minha vida mesmo, eu adoro fazer pesquisa, não parei nunca mais de escrever artigos [risos] [5'], porque fiz o mestrado, fiz um MBA em RH aqui na USCS e foi o que me levou para fazer revisão de textos, porque na minha banca do MBA, do artigo, tinha um professor de metodologia na banca e aí ele me, ele questionou, tinha eu e a colega para fazer a apresentação. E aí eu terminei a apresentação e ele falou: ‘Deixa eu te perguntar, quem que fez a revisão desse texto? ', e aí que eu disse: ‘Não, eu mesma', porque eu sou formada em Letras e tal, aquela coisa, e ele só anotou. Eu falei: ‘Nossa, está horrível o trabalho', e com a minha colega também, eu refiz a revisão para ela ali e ele fez o mesmo questionamento. Aí depois, no final, que ele foi dá as notas e tudo, ele falou: ‘Você me passa seu email, seu telefone, que a partir de hoje você vai ser a minha revisora oficial'. De fato, isso foi em 2000 e [pausa longa para tentar se recordar], 2011,2012, e aí, até hoje, todos os orientandos dele, ele manda para eu fazer a revisão e foi a partir daí que eu comecei a fazer a revisão, e hoje também trabalho com revisão aqui na USCS, enfim. Acho que é basicamente isso. Devo ter esquecido de alguma coisa.
Pergunta (2):
Qual era a Igreja que você participava lá na vila, no Santa Maria?
Resposta:
Na São Francisco. São Francisco de Assis.
Pergunta (2):
Lá do bairro mesmo?
Resposta:
Lá do bairro. Fiquei, eu acho, que mais de 10 anos, 12 anos. Eu comecei em, não, é foram 12 anos [pensativa e um pouco confusa]. Porque eu tinha 15 anos né? 11 anos participando assiduamente, mas obviamente que isso me fez (...), eu sempre gostei muito de ajudar as pessoas, isso eu posso correr [risos], eu posso né? Mas não tem jeito, eu sempre o que me pedem eu faço, independente de remuneração, então era muito gratificante para mim por isso, poder ajudar. Mas aí a própria questão do questionamento da fé, por que as pessoas, por que a igreja fez o que fez? No passado. Então eu comecei a me questionar mais isso do que propriamente a comunidade, enfim, mas foi mais por isso que eu deixei de ir, eu gostava muito dessa questão do serviço, então assim, lá na igreja eu até dava aula de língua portuguesa, dava, sabe? Oficinas de artesanato, além de toda a questão. A gente fez mais de dez retiros de jovens, então era uma organização que a gente não tem muita noção, né? Era muito dinheiro, porque eles faziam inscrição, você alugava uma casa em Santo André, você ficava ____, depois, quando eu parei de fazer, que eu me dei conta do que era. Porque você ficava responsável por um monte de garotos de 15,16,17 anos, durante um fim de semana que saíam da casa dos pais para participar, e aí tinham os temas, tinha palestra, tinha dinâmica, tinha um monte de tipo de atividades mesmo, né? E aí tinham as tias que cozinhavam. Então você tinha que organizar todo um final de semana, e ser responsáveis, isso se hoje eu tivesse essa noção, de fato, nunca teria feito acredito [risos], porque já pensou entra um ladrão? [Risos]. Hoje eu fico pensando, já pensou alguém, entra um atirador? [Risos], sei lá, do jeito que esse mundo está hoje. Enfim, mas foi muito legal para eu aprender a lidar com o ser humano, que é muito difícil, enfim, mas foi bem.
Pergunta (1):
Mas o que te levou para a igreja? Foi você mesmo que teve vontade?
Resposta:
O que me levou? Eu sempre fui católica, a minha mãe [interrupção da entrevistadora].
Pergunta (1):
A sua família?
Resposta:
A minha família, todo mundo, né? Aí a minha irmã fez crisma e eu comecei, a gente sempre ia na missa, isso era. Mas na [pausa para pensar], eu estava estudando no Alcina, e uma professora do Alcina que cantava na igreja, não lembro mais o nome dessa professora, era super novinha, ela tocava e cantava. E aí eu e uma colega, que a gente fez amizade no Alcina, Carina, falamos com ela que a gente tinha interesse, não sei se ela comentou alguma coisa de que ela cantava e tal, e a gente queria conhecer o grupo de jovens, eu não lembro o que me despertou exatamente, olha que engraçado né? Não lembro, é de fato não lembro [10']. Mas eu sei que aí ela falou: ‘Ahh não, tem um grupo e tal, eles se reúnem tal dia, se vocês quiserem vocês vão na missa', eu lembro disso: ‘Vocês vão na missa das dez e aí eu apresento vocês para eles'. E aí a gente fez isso e nunca mais saí, nunca mais não, né? [risos], depois de dez anos.
Pergunta (2):
Mari vamos voltar um pouquinho na GM, seu pai veio e trabalhou na GM em que parte?
Resposta:
Ele era ... Então era metalúrgico, agora não vou lembrar exatamente qual que era a função dele, mas era no chão da fábrica mesmo.
Pergunta (2):
E ficou lá a vida toda ou ____?
Resposta:
Não, ele ficou lá até o Plano Collor, que tirou né? O [pausa para se lembrar]. Eu não sei exatamente o que aconteceu, eu sei que eles perderam a caderneta de poupança, o que tinha dentro da poupança, o dinheiro da poupança. Mas foi até esse período, mas meu pai participava muito de movimento sindicalista, então assim, ele é amigo, até hoje não, mas até um tempo atrás do Lula, porque ele dormia, nossa! Ele chegou a dormir mais de uma semana na GM, por conta dos movimentos sindicais
Pergunta (2):
Nas greves?
Resposta:
Ele gostava muito, muito mesmo, era uma coisa que era muito maior do que até a própria família. Então quando ele deixou, quando ele saiu da GM foi no Plano Collor, porque ele falou: ‘Ai vou pegar as minhas economias e o que eu receber aqui, a gente vai voltar para a Bahia'. Era uma história assim, e aí a minha mãe basicamente queria e tal ou não, mas eu e minha irmã, a gente não queria. Enfim, aí depois ele começou a trabalhar como cobrador de ônibus um tempo e, depois, passou a trabalhar onde ele trabalha hoje que é aqui na Sancatur, aqui em São Caetano, ele sempre ajudou o dono da Sancatur, eles sempre foram meio que amigos, e aí até hoje, meu pai tem 71 anos, até hoje ele trabalha aí.
Pergunta (2):
Mas seu pai saiu da GM, pegou [interrupção da entrevistada].
Resposta:
Ficou um tempo desempregado, eu lembro.
Pergunta (2):
Mas aí pegou o dinheiro dele e aí que o Collor pegou o dinheiro da poupança?
Resposta:
Isso! Foi exatamente isso que aconteceu, e aí ficamos sem dinheiro, enfim, foi uma benção [risos]. Mas aí ele conseguiu esse emprego, conseguimos nos organizar, mas aí ele não se adaptou com o trabalho como cobrador, porque tinha muito assalto. Porque era meio que Heliópolis, era uma coisa muito louca e que meu né? Aí ele desistiu, achou melhor não continuar.
Pergunta (1):
E o seu pai e a sua mãe são da mesma cidade?
Resposta:
São da mesma cidade. Cruz das Almas
Pergunta (2):
Como?
Resposta:
Cruz das Almas. É interior da Bahia.
Pergunta (2):
Perto de onde?
Resposta:
Perto [pausa para pensar].
Pergunta (2):
Vocês costumam ir lá?
Resposta:
Não, a gente costumava ir quando a gente era pequeninho, eles foram muito, a gente ia de ônibus, aquela coisa bem tranquila. Depois a gente foi meio que adolescente, aí depois só a minha mãe passou a ir, porque meu pai não tem muito essa questão, eu não posso falar nada porque eu também não tenho muito, essa questão de laços familiares. Então ele deixou de ir, nunca mais foi, aí quem foi bastante, até há uns quatro anos, cinco, foi a minha mãe. Por conta da minha vó, ela tem mais de, tinha mais, de dez irmãs, então para fazer essa visita e tal. Mas aí a minha mãe começou com o problema do Alzheimer, e aí a questão de viagem não pode acontecer mais.
Pergunta (2):
E você falou que a sua mãe não trabalhou por um certo tempo, mas depois foi trabalhar?
Resposta:
Isso. Quando a gente era já meio que adolescente, aí minha irmã, minha mãe prestou um concurso na prefeitura.
Pergunta (2):
De?
Resposta:
Contínua. Que era uma função de carregar processos, então tinha um monte de processos de uma diretoria, é a questão do papel ainda, né? Que tinha muito. E aí ela trabalhou até, não vou saber o período, né? Mas acho que mais de 15 anos.
Pergunta (2):
Na prefeitura?
Resposta:
Na prefeitura de São Caetano. E acabou se aposentando por invalidez, por conta de um problema que ela tem na perna, a perna dela é bem tortinha assim [gesto com a mão] [15']. Foi em 2006 que ela se aposentou, foi isso mesmo, e aí que os sinais do Alzheimer começaram. Deixa eu ver se eu lembro [pensando].
Pergunta (1):
Você acha que tem relação?
Resposta:
Não, não tem relação não. Não tem. Eu acho que o Alzheimer é uma coisa que já vem com a pessoa um tempo, assim, não é do nada que ele aparece. É que a gente não observa muito, né? E a gente não tem essa [gesto com a mão indicando percepção], nem os médicos acabam tendo, porque se tivessem já tinham descoberto a cura, né? Mas eu acho que há um tempo já que ela tinha, e que a gente só foi perceber a partir dos lapsos de memórias mesmo. Mas é isso.
Pergunta (2):
E o que fez você vim prestar concurso aqui?
Pergunta (1)
________ [risos]. Vai pular metade da história [risos].
Pergunta (2):
Vai, para. Ela não vai fazer _____.
Resposta:
Então, porque eu sou muito resumida com a minha história. Tem uma história engraçada, que eu lembrei agora, eu não sei se eu te contei já. Quando a gente foi, é uma passagem, né? Do pré para o primeiro ano, para toda criança. E tanto que assim, é uma passagem que a minha professora do pré, ela morava, ela mora ainda, ali na esquina da rua Piabanha com a alameda São Caetano, não lembro o nome dela, porque eu sou péssima em lembrar nome das pessoas. E ela até hoje, se ela me encontra na rua, ela sabe quem eu sou, porque tem eu tenho a mesma cara, isso que mata, né? De quando eu tinha dois anos eu tenho a mesma cara [risos]. E aí eu, a minha irmã que me alfabetizou, então a minha irmã tem três anos a mais do que eu, e ela começou a estudar, a minha irmã sempre cuidou muito de mim, então ela chegava da escola e eu estava no pré e, ela começava ali, me ensinar tudo os negócios da escola. E aí ela me ensinou a escrever o nome e tal, a elaborar frases, e a gente, uma coisa engraçada, isso eu conto depois, espero que eu lembre [riso]. Aí eu cheguei da escola no primeiro ano, a professora Claudete, não! A professora Claudete era do parquinho, olha que engraçado, lembrei, aí a outra agora do primeiro ano eu também não lembro. E aí eu cheguei na primeira semana e a gente tinha tudo os materiais escolares cedidos pelo governo, então era tudo novo e tal, cada um com o seu livro, e na primeira semana eu fiz o livro inteiro, inteiro. Cheguei em casa, mas assim, nem foi muito ajuda da minha irmã, é por tudo que ela já tinha me ensinado, aí cheguei e fiz tudo. Chegou na outra segunda-feira a professora vistava o livro, aí ela começou a virar assim ó [gesto com as mãos imitando a professora, que estava olhando as páginas do livro], eu lembro como se fosse hoje, olha que engraçado né? Ela começou a virar e falou: ‘Gente o que é isso! '[risos]. E virava, virava, eu sei que a mulher ela enlouqueceu, porque ela ficou muito brava, e aí ela virava [imitando novamente], conforme ela virava e via tudo preenchido, ela falava: ‘Não, mas isso não pode, isso não pode, isso não pode estar acontecendo! ', eu falei: ‘Professora desculpa, mas eu fiz'. Eu sei que essa professora ela brigou tanto comigo, ela acabou comigo, eu lembro, na frente de todo mundo, só que eu estava na primeira série, eu e minha irmã a gente têm só dois anos, não são três, e minha irmã estava na terceira e obviamente que a pessoa fez o quê? Chorou, porque eu só sei chorar nessa vida. Aí cheguei no intervalo, no recreio, e falei para a minha irmã. Nossa! Mas minha irmã desse tamanho aqui [gesto que indica o pequeno tamanho da irmã], e eu sempre grande [gesto indicando o próprio tamanho], minha irmã desse tamanho chegou na sala, mas essa menina acabou com a professora, vocês acreditam nisso? Ela acabou com a professora gente! E a professora: ‘Não...', ela falava assim: ‘Mas eu ensinei, e por que que não pode ensinar? Se a criança está...'. E minha irmã achando que era já a doutora [risos], aí chegou e falou: ‘Por que que não pode ensinar gente? ' Eu sei que aí depois a gente pegou amizade com essa professora, ela ia tomar café em casa [risos], olha isso. Porque ela achou interessante a história, aí minha mãe levava bolo na casa da mulher, que a minha mãe adorava fazer um bolo, e aí muito engraçado isso, vocês acham? Só eu, né? Depois ela mandou eu pagar e acompanhar, veja, porque não podia mandar para o segundo ano naquela época, não tinha isso e era meio entediante na realidade, porque [risos] é difícil [20']. Aí uma outra história que eu lembrei, aí gente só coisa engraçada, que raiva, né? Minha irmã me fazia escutar Que Saudade de Você, acreditam? [Risos]. A minha mãe, primeiro meu pai deu um Atari para a gente, aí no outro ano minha irmã queria porque queria um rádio que gravava, eu sei que aí minha irmã gravava lá umas coisas, não lembro mais o que ela gravava, mas eu sei que aquele rádio ela me fazia escutar, e eu sempre muito medrosa, aí eu sonhava com as histórias do ____, aí gente. Era mais isso, a gente morava na rua Teffe, a gente morou na Samuel Schawarts, na Teffe e na Piabanha, tudo bem juntinho. Depois fomos para a Vila Palmares e agora Rudge Ramos.
Pergunta (2):
Vila Palmares, aí que era Santo André?
Resposta:
Isso. Que era bem pertinho da Fundação Santo André, onde eu estudei.
Pergunta (1):
Você sempre teve uma relação muito próxima então, com a sua irmã!
Resposta:
Sempre, sempre. Ela não concordava muito na questão da igreja, ela achava que era uma questão muito exagerada, mas eu... A questão, esse é o problema, eu gostava muito de ajudar, e aí eu queria fazer a mais do que eu fazia em casa, do que com os amigos. Então eu achei ali um lugar para, né? E ela achava que eu sempre exagerei muito, e eu acho que eu exagerei mesmo, mas agora já foi [risos]. O que a gente tem que tirar é os aprendizados, né? Que a gente teve, enfim, mas a gente sempre teve uma relação bem próxima mesmo.
Pergunta (1):
Mas você a frequentar mais esse, com grupo de jovens, com mais ou menos 15 anos, que você falou?
Resposta:
Isso.
Pergunta (1):
Que foi mais ou menos quando você entrou no ensino médio?
Resposta:
Exatamente.
Pergunta (1):
E como que foi no ensino médio, assim, porque no ensino médio todo mundo já fica pensando no vestibular e não sei o que, você não pensava muito?
Resposta:
Não pensei, chegou no terceiro ano eu não pensava nisso. E é engraçado porque como eu tinha uma colega na sala que também participava da igreja, que também não, ela não fez faculdade até hoje, a Carina. Então eu acho que isso facilitava, não pensar no vestibular. Nunca tinha pensando por essa óptica, mas eu creio que deve ser isso mesmo, não pensava, só pensava na igreja, né?
Pergunta (1):
Você estudou a vida inteira em escola pública?
Resposta:
A vida inteira em escola pública [sinal de positivo com a cabeça].
Pergunta (1):
Junto com a sua irmã, na mesma escola que a sua irmã?
Resposta:
Então, a minha irmã ela fez no Rudge Ramos e depois ela estudou no Eda, ela fez Magistério, mas ela saiu do Eda e veio estudar aqui na USCS, ela fez computação e, depois também fez MBA aqui, em gerenciamento de projetos, alguma coisa assim, aí hoje ela trabalha, hoje ela é gerente de projetos também. Mas é muito regional, né? [Risos], a gente só fica aqui em São Caetano.
Pergunta (1):
Aí você começou a estudar um pouco mais, meio que abrir a sua mente, e aí de onde veio a ideia de fazer letras? Ou se veio alguma outra ideia?
Resposta:
É então, eu acho que é a questão, como eu, como eu comecei a ler muito, antes de, porque o que aconteceu? Eu era coordenadora da missa, era ministra da eucaristia. Aí por conta disso comecei a estudar muito, sozinha, aí eu lia um livro aqui, mas era tipo Augusto Cury, entendeu? [Risos], não era nada aprofundado. Mas aí esse Augusto Cury me levou para outros autores, né? Porque eles sempre fazem umas citações ali, eu lembro que eu comecei a mudar a minha cabeça, a forma de pensar, quando eu comecei a ler Rubem Alves, que é uma coisa que ele fala da vida, mas ele sempre cita muitos autores, muitos filósofos. Não é uma coisa super aprofundada, ele não é considerado um poeta, nem nada, é um educador mesmo, né? Mas, a partir dessas citações, eu comecei a buscar outros autores. E aí eu comecei a produzir texto eu mesma, criar blogs, sabe essas coisas? Por conta da internet e, eu lembro, que uma eu entrei aqui na USCS, vocês não querem que fale nisso agora, né?
Pergunta (1):
___________.
Resposta:
Eu fui trabalhar na reitoria, que tinha a Débora, tinha não, tem, a Débora está em outro setor, mas ela era secretária do diretor, senhor Marco Antônio [25']. E ela tinha finalizado Letras na Fundação, então ela falava muito de uma professora, da (Clarice Salim), que eu tive aula com ela também, e que era muito bom, aí isso foi me despertando, né? Uma vontade de fazer. Mas eu sempre gostei de poesia, desde sempre, mas não era a poesia que eu gosto hoje, obviamente, né? Você acaba mudando o seu gosto. Então, eu acho que juntou tudo ali, porque de fato, eu estava nessa [pequena pausa], indo muito para a igreja e tudo mais, eu entrei aqui com isso e só depois de cinco anos que eu fui fazer faculdade. Então ainda demorou um pouco, mas teve a influência da Débora, ela sabe disso inclusive, teve bastante influência dela.
Pergunta (1):
Mas aí você saiu, terminou o ensino médio, estava já participando da igreja. Aí você começou a trabalhar?
Resposta:
Isso. Eu trabalhei no escritório (Sanches) aqui em São Caetano, que era um despachante que tinha ali na rua Pará e, trabalhei quatro anos lá, acho que eu comecei a trabalhar com 16, é, com 16 anos. Hoje eu digito muito rápido, mas é por conta disso, você tinha que digitar todas as informações dos documentos sem errar, essa era... E aí estava no começo dos computadores nos locais, nos comércios, assim, nas empresas, então era muito diferente, né? Era ______, coisa bem atual [risos]. E aí eu trabalhei por quatro anos antes de entrar aqui, nesse escritório (Sanches), estudava e trabalhava, estudava no Alcina e trabalhava no Escritório (Sanches).
Pergunta (1):
O teu primeiro contato com a USCS foi por meio da sua irmã ou você já conhecia antes?
Resposta:
Eu já conhecia, deixa eu tentar lembrar, eu nunca parei para pensar nisso [pausa para pensar]. Eu não lembro se eu já tinha vindo, eu acho que eu nunca tinha vindo aqui, aqui lá, lá no outro campus. Mas, era mais minha irmã prestou o vestibular, ela quis fazer, eu não sei também o que levou a querer fazer computação nem nada, porque ela era do magistério, ela chegou até a dar umas aulas [quebra de raciocínio], a não, mas ela conseguiu um emprego na Delphi, aqui na Goiás, nem sei se existe mais a Delphi. E aí tinha a questão da computação e tudo, e ela começou a fazer a faculdade. Aí eu passei a conhecer a USCS a partir daqui, eu lembro que eu vim na biblioteca uma vez, para fazer um trabalho do Alcina que precisou, eu lembro disso, a única coisa. Eu lembro da biblioteca, porque eu lembro que no primeiro dia que eu vim trazer a documentação, que tem outra história meio, mas assim, é porque eu sou muito desastrada, eu esqueci, eu vim aqui no último dia, fiz o concurso e vim no último dia, porque eles não tinham internet, quer dizer, nem sei se tinha ou não, mas eles fixavam no pátio o resultado do concurso. Eu vim, olhei e não vi meu nome, aí fui embora, aí minha irmã falou: ‘E aí? ', falei: ‘Então, não passei menina' [risos], estou bem atenta a tudo [risos]. E aí ela veio para a faculdade de noite e aí ela falou: ‘Gente, não é possível', aí ela me ligou do orelhão até, eu lembro, e falou: ‘Marialda você passou, você passou em décimo, ok, você passou em último lugar', tinham dez vagas né? Mas: ‘Você passou amiga'. Aí eu tive que correr com a documentação [risos], porque o dia seguinte seria o último para fazer a contratação. E aí eu lembro também do primeiro dia, que eu fui falar com o Doutor João, né? Fui fazer exame admissional, e ele muito brincalhão, sempre, virou para mim e falou assim: ‘Então, você tem bronquite? ', aí tinha que falar o que você tem, eu tenho asma, né? ‘Ahh então você tem asma né? Preciso te falar que aqui na USCS a gente não contrata quem tem asma' [risos]. Aí eu levei muito a sério, como sempre, eu falei: ‘Sério? Não acredito! ', eu quase chorando, aí ele falou: ‘É filha, você vai ter que procurar outro emprego' e tal, não sei o que, eu falei: ‘Tá'. Estava levantando [risos], aí que ele falou: ‘Aí você é idiota, né? Porque você acreditou! ' [30']. E foi isso, foi assim que eu comecei a trabalhar aqui na USCS.
Pergunta (1):
E o concurso que você prestou era para?
Resposta:
Auxiliar administrativo 1.
Pergunta (2):
E qual o primeiro lugar? A reitoria?
Resposta:
O primeiro lugar que eu trabalhei foi na recepção da reitoria, ainda nem tinha a recepção, a mobília da recepção, eles estavam ainda fazendo aqueles móveis que hoje tem lá.
Pergunta (2):
Era nesse lugar que está hoje, no prédio C?
Resposta:
No prédio C, já era ali. Então, antes era biblioteca ali, né? Aquela, aquela primeira escadinha que a gente sobe para ir na sala dos professores, aquela escadinha dava na biblioteca, porque eu lembro de quando eu vim aqui fazer uma pesquisa para o Alcina. E aí eu tenho essa lembrança, de levando a documentação da contratação e subindo, e: ‘Ah não é mais a biblioteca! ', aí eu fui no DP. E aí eles colocaram uma mesinha ali antes daquela porta de vidro, que sobe para a reitoria, aí eu fiquei um tempo trabalhando ali, não vou me recordar quanto tempo, e depois eles montaram as duas recepções, que hoje não existe mais, aquela primeira do estacionamento da reitoria, e aí eu ficava na recepção da própria reitoria mesmo, ali em cima, do primeiro andar do prédio C.
Pergunta (2):
Até quando você ficou ali?
Resposta:
Olha, eu fiquei entre 2001 aí em 2008 que eu fui lá para, não, não, calma, para a comunicação, para a secretaria da comunicação. Então eu acho que eu fiquei uns três anos na recepção da reitoria, aí então foi em 2003, 2004, que eu fui para a sala dos professores, trabalhar com a Rosalva, na recepção da sala dos professores.
Pergunta (2):
Ah lembrei!
Resposta:
É. Aí a Andréia que trabalhava com a Ana Cláudia na época, teve um problema na perna, ela fraturou o fêmur, inclusive falei com a Andréia essa semana, aí eu, olha que engraçado, eu jantava com a Andréia todos os dias, então aí às vezes eu ia lá no prédio D e tal, mas assim não conversava com a Ana Cláudia, mas tinha uma relação por conta de ser funcionário também, ali da sala dos professores, e aí que ela me perguntou, ela falou: ‘Ah eu gosto muito de você, você trabalharia comigo? '. Eu falei: ‘Claro professora! Inclusive se você precisar de alguma coisa na ausência da Andréia' porque eu pensei que ela fosse voltar: ‘Eu posso te ajudar, porque à tarde eu não faço muita coisa, né? '. Eu lembro que eu levava malote, mas eu não tinha muita, né? Aí que ela falou com o professor Macedo, e aí eu fui para lá, só que eu não lembro quem ficou no meu lugar, eu acho que já começaram a colocar o pessoal da Power mesmo, né? Os seguranças, não lembro quem ficou lá na sala dos professores com a Rosalva. Aí em 2008 eu fui lá para a secretaria da gestão.
Pergunta (2):
Dá para descrever um pouquinho esses trabalhos? Nas duas recepções e na secretaria, que tipo de trabalhos eram, como que eram os relacionamentos?
Resposta:
É então, eu acho que na recepção, eu lembro que deu até um problema uma vez, acho que por isso que eu lembro, né? Eu além de receber as pessoas que vinham falar, porque não podia entrar direto, era uma ordem, então a pessoa sempre teria que ser anunciada. Então, além disso, eu lembro que eu fazia a reserva dos auditórios, eu auxiliava a secretária lá na recepção da reitoria, auxiliava as secretárias em alguns trabalhos de digitação. Eu lembro que até uma vez eu conversei com o professor Macedo, que eu também não gostava de ficar parada, aí eu desenvolvi um programinha no, como que chama aquele? No Axis, porque eu tinha feito processamento de dados, né? Então eu lembrava como que fazia banco de dados, aí eu lembro que eu fiz um banco de dados que foi para o vestibular uma vez, porque ele ainda: ‘Aí como que faz? ', eu falei: ‘Mas professor você sabe, né? ' Ele: ‘Não, eu sei, mas eu não me lembro direito, sabe? '. Eu lembro disso, e aí eu fazia alguns trabalhos lá para eles mesmo. Agora na sala dos professores, eu lembro que, uma vez, eu fiquei no lugar da Débora e foi bem chocante assim para mim, a experiência de ser secretária do diretor da USCS, acho que eu fiquei assim, uns 20 dias nessa função, não acho que foi mais até [35']. Mas foi bem legal, aí eu pensei: ‘Ah podia ser secretária, né? '. Agora lá na sala dos professores, é engraçado eu lembro que era uma loucura, mas eu não lembro o que eu fazia, porque [risos], engraçado, né? Porque é muito intenso o atendimento logo depois das provas, quando os alunos vêm reclamar das notas, e principalmente no final do ano, porque, por conta de passaram ou não passaram. É a única coisa que eu lembro mesmo, mas não lembro o que eu fazia para a Rosalva, assim, com a Rosalva, né? Não lembro o que que tinha assim de muito, eu lembro que começou os malotes, porque aí quando eu fui para a sala dos professores, eles inauguraram esse campus, campus Centro. Então, aí tinha a questão dos malotes, aí a gente começou a organizar os malotes, eu vi até um dia desses que é a minha letra que tem no cadeado do malote [risos], veja né? Falei: ‘Cidoca, eu acho que eu lembro de quem é essa letra! '[risos]. E aí na secretaria era aquela loucura, né? De também, de atendimento à professor e à aluno. Então, e a gestão, mas eu não lembro dos procedimentos, olha que engraçado gente, não lembro, acho que eu estou ruim hoje.
Pergunta (2):
E na secretaria de comunicação?
Resposta:
É então, é isso que eu acabei de falar mesmo, tinha memorandos, é muito, acho que é demanda do momento ali também, igual na sala dos professores, né? É que passaram muitos gestores, né? Ali, quando eu entrei era a Ana, aí depois eles aumentaram os gestores específicos de cada área, aí eu acho que foi o Christian e o Flávio, aí eu acho que antes era o Flávio também, né? Mas eu não peguei o Flávio antes, era o Flávio e o Marin né? O Flávio, o Marin e o Gino.
Pergunta (2):
Mas antes da Ana Cláudia?
Resposta:
Antes da Ana Cláudia. É então, aí depois era só a Ana, quando eu fui para lá era só a Ana, aí depois eles aumentaram, né? Acho que porque a demanda estava muito grande, aí foi o Christian, o Flávio e a Ana. Aí depois saiu a Ana, aí entrou o Luciano, o Flávio e o JB, né? Nossa gente! Várias pessoas, né? Aí depois entrou o Marin de volta, que foi quando eu saí.
Pergunta (2):
Que ano você saiu de lá?
Resposta:
Em 2014.
Pergunta (2):
De 2008 a 2014 você ficou lá?
Resposta:
É, de 2008 a 2014, bastante tempo, né?
Pergunta (1):
O período em que você começou na faculdade, você estava em qual departamento?
Resposta:
A faculdade? Lá na, a não, espera aí, calma [confusa e pensando]. Então, não foi 2008 foi 2005, foi um pouquinho, foi 2005, então eu errei tudo nas contas gente. Porque eu entrei na faculdade em 2006, e eu já estava um pouquinho ali na gestão da comunicação, né? Na secretaria da gestão, em 2006, porque eu lembro que a Ana me incentivou um pouquinho.
Pergunta (2):
A Ana Cláudia assumiu em 2004!
Resposta:
Ah então é isso. Então ela ficou um ano com a Andréia, aí eu fui para lá e depois eu comecei a faculdade, então eu fiquei muito pouco tempo da recepção e nas recepções.
Pergunta (1):
O período todo da faculdade você ficou lá na comunicação?
Resposta:
Fiquei lá na comunicação, bastante tempo, então foi de 2005 a 2014. Aí sim em, bastante tempo [risos].
Pergunta (1):
_____ dez anos!
Resposta:
É, bastante tempo, caramba! Não tinha notado, eu sou péssima em história, de contar história, gente [risos]. Mas foi isso, deixa eu tentar lembrar alguma coisa [pensando].
Pergunta (2):
E as de vezes que você foi funcionária [interrupção da entrevistada].
Resposta:
Eu estava tentando lembrar os anos, eu lembro que 2010 foi um dos anos. Homenageada, né?
Pergunta (2):
Funcionária homenageada.
Resposta:
Homenageada nas colações de grau, eu e o Ozanam.
Pergunta (2):
Várias vezes, né?
Resposta:
Eu acho que foi pelo menos umas quatro ou cinco. Eu achei, encontrei, aí gente, encontrei esse final de semana uma foto, acho que da primeira vez que eu fui em colação de grau, mas eu fui não como homenageada, eu fui para ajudar [40']. Eu lembro que antes era muito diferente, tudo aqui, e assim, não tinha muito protocolo, sabe? Eu digo, hoje tem muito protocolo, uma hierarquia muito bem, né? Você sabe até onde você pode ir, e isso é muito legal, porque eu acho que é uma questão que foi organizando. Naquela época não tinha muito disso, então quem organizava a colação era a Débora, não tinha uma empresa que ia lá e fazia tudo, não, eu lembro que a Débora tinha que fazer, chegava lá, olha a secretária do diretor e, depois, reitor, ela tinha que, e eu ajudava ela nisso, a lista de quem tinha ido para fazer parte da mesa da colação de grau. E aí eu lembro que eu não podia esquecer de ninguém, era uma loucura, e hoje quem faz isso já é a empresa de formatura, né? Eu lembro que foi no Citibank, foi assim em um lugar muito assim, eu falei: ‘Gente para que tudo isso, né? '. E quem cantou foi o Fat Family, veja [risos], aí eu lembro que eu ajudando a Débora ali, anotando o nome de todo mundo, e chega o Fat Family [risos], falei: ‘Gente o que que é isso? '. E aí eu sei que as meninas, a Vivian, a Débora e eu acho que a Neide, eu não lembro se a Neide estava essa época, elas queriam tirar uma foto com o Fat Family, o objetivo não era a colação, mentira! Era sim, mas era tirar foto com o Fat Family também. E eu ali anotando, aí tinha que anotar o nome dos professores que iam, porque eles não falavam para os professores assinarem a lista, mas você tinha que estar lá _______, entendeu? Aí eu olhando os professores e imagina, eu estava querendo criar uma estratégia aqui para tirar foto com o Fat Family, aí eu sei que eu entrei no camarim, gente! [Risos], aí que raiva de mim, porque aí, eu quero ajudar os outros aí eu começo a ser palhaça, né? Aí eu bati assim [imitando a batida na porta com um gesto], e estava assim Fat Family [indicando uma placa na porta do camarim com um gesto], era uma coisa muito grande, assim, na minha cabeça, aí eu bati e falei assim: ‘Então eu sou a prima bastarda de vocês', vejam gente, vocês acreditam? E: ‘Eu sou a prima bastarda e queria tirar uma foto com vocês'. Aí todo mundo começou a rir, eles começaram a rir e tal: ‘Imagina, vem! ' E, não sei o que. Entrou aquele mundo gente, foi a Priscila, foi tirar foto, todo mundo, eu sei que eu encontrei essa foto esses dias. Esse final de semana eu encontrei, em um livro, no meio do livro.
Pergunta (2):
Separa essa foto para nós!
Resposta:
Tá. Eu separo, pode deixar.
Pergunta (1):
A foto com o Fat Family!
Resposta:
Com o Fat Family! [Risos]. Veja, aí eu sei que a gente voltou na van, mas muito feliz que a gente tinha conseguido tirar, imagina, a gente estava feliz que a colação tinha dado certo, né? O assunto era a foto com o Fat Family, e é engraçado que você não via na hora, eu nem lembro como era, eu sei que a gente teve que esperar fazer, revelar, né? A foto, para depois ver a foto. Eu sei que elas tiraram um monte de exemplares [risos].
Pergunta (1):
Era máquina de filme?
Resposta:
Era máquina de filme!
Pergunta (2):
E o Citibank que você falou não era o City Hall? Ali na Funchal?
Resposta:
Era Funchal, City Hall, City Hall, exatamente, eu lembro que era um lugar muito grande, eu não tinha muita dimensão das coisas na época. Então para mim, eu falei: ‘Gente! '. Mas foi a primeira colação que eu ajudei, mas não fui homenageada nessa não, porque não estava na secretaria e, ainda ninguém me conhecia, nenhum aluno me conhecia. Mas a gente tirou foto com o Fat Family.
Pergunta (1):
E você lembra a primeira vez que você foi homenageada?
Resposta:
Então, a primeira vez eu não lembro, eu lembro, eu não lembro o ano, né? Mas eu lembro do evento, eu lembro. Eu lembro que até nesse, na primeira vez, o Ozanam não foi, foi só eu. E eles faziam uma votação, tinha uma votação para os paraninfos, para os professores e para o funcionário homenageado, e eu apesar de gostar muito dos alunos de comunicação e de ter uma relação muito próxima sempre com eles, eu não imaginei que eles, nem sabia, na verdade, eu acho! E aí é legal, porque eu fiquei sabendo que existia isso de funcionário homenageado e aí eu fui, foi muito emocionante assim, a primeira vez foi muito, muito legal. Eu não lembro, eu lembro que teve uma vez que a Julia, não sei se você lembra da Julia professora?
Pergunta (2):
_______?
Resposta:
É, hoje ela trabalha no Facebook, ela foi monitora lá da gestão, da secretaria, né? Comigo [45']. Aí eu lembro que ela me entregou um presentinho ali na época, ficou muito na minha cabeça esse, não sei se foi em 2010, não lembro que ano que foi, eu lembro que foi bem legal. E isso daí sempre é muito legal, porque aí você vê, aí um fruto do trabalho! É bem interessante.
Pergunta (1):
E aí como que foi depois desses nove anos lá na comunicação e você saiu de lá?
Resposta:
Então, eu estava um pouco cansada eu acho, talvez, né? E na verdade, óbvio, a gente sempre fala que está cansado, mas o que a gente sempre quer é evoluir, sempre, apesar de ser bem restrita a possibilidade de no cargo que a gente presta no concurso, de desenvolver outras atividades, mas eu vinha conversando com o professor Biffi já, da possibilidade de sair da gestão, da gestão não, da secretaria de gestão, e por conta do tempo, né? E assim não tinha muito, eu queria sair, não tinha muito, mas eu acho que na nossa história, independente se a gente acredita em Deus, acredita no Universo, eu acho que tudo tem a sua hora, e foi muito assertivo quando a Cátia foi lá conversar comigo, a Cátia do EAD, a (Milhéu), ela, eu estava lá na secretaria trabalhando e aí ela falou: ‘Marialda, deixa eu te perguntar, você tem interesse de mudar de departamento? ', e foi assim, eu acho que foi uma coisa meio que do nada, não sei, eu acho que eu conversei com o Ivis talvez, falei de revisão, eu não estou me lembrando agora, eu sei que eu comentei com alguém que eu era formada em Letras, e aí no EAD estava precisando de um revisor, e não dava para fazer a contratação avulsa no momento, e aí ela falou: ‘Então a gente está precisando, a gente está montando, a gente está quase entrando no segundo semestre dos cursos de graduação, e a gente está precisando de alguém. E aí assim, calhou de eu encontrar o professor Biffi no mesmo dia, e eu falei para ele que tinha uma vaga, ele falou: ‘Não, se tem uma vaga a gente vai resolver isso agora! '. E aí conseguiu uma pessoa para ficar no meu lugar, que é a Rosicler, e foi tudo muito rápido, assim, muito eu acho, sabe? Bem, não é uma coincidência, eu acho que tinha que ser e eu acho que foi uma das melhores coisas que aconteceu comigo na USCS, eu conseguir desempenhar uma função que eu gostaria de fazer, que eu sempre, que eu me encontrei nela e aí eu poderia auxiliar com esse conhecimento, enfim, em uma área. Então eu falo: ‘Ah deixei de atender aluno'. Eu fico, né? Às vezes a gente fica revoltado, não, não queria mais atender aluno, mas não é isso, é porque é legal você ter essa oportunidade de oferecer aquilo que você tem, ainda que não seja assim, na época eu não tinha muita noção, não tinha muita noção de como que era o processo de revisão. Eu fazia revisão de texto acadêmico, aí eu me adaptei ao texto didático, e aí eu não só me adaptei como acho que eu já fiz uns quatro, cinco cursos de revisão de texto, para compreender mesmo o processo de uma editora, então eu acho, eu acredito que uma das melhores coisas que aconteceu comigo foi essa possibilidade de mudança de departamento.
Pergunta(1):
E o trabalho hoje que você desempenha , como que é?
Resposta:
É então, a gente está quase no final dos cursos, a gente já terminou de revisar o material, o conteúdo de pedagogia, falta um semestre e meio para finalizar o conteúdo de administração, então, né? Tendo já todo esse material, a USCS pode já oferecer, quer dizer, também tem que aperfeiçoar, mas já pode oferecer. Eu acho que vai chegar a hora do EAD não ser mais um problema para a USCS, de financeiro, eu acho que a partir de agora, se tudo der, uma questão de uma boa gestão, né? Chegou a hora de a USCS ter todo o investimento que ela fez no curso de volta, né? Acredito nisso.
Pergunta (2):
E revisam o material Audiovisual também ou só o escrito?
Resposta:
Só o escrito, não tem, não dá tempo [50']. Mas a Kathlyn, né? Que é a designer instrucional, ela lê, faz uma verificação, mas não crítica, não ortográfica, não, mais é para de repente pedir uma revisão, mas eles olham, é verificado. Mas o que a professora Luciane diz hoje é que a gente vai começar tudo de novo quando terminar, né? Então a gente vai rever todo o material produzido, porque até a gente não conseguiu fazer isso com os primeiros semestres, que eu entrei no segundo semestre, né? Então, enfim, ainda tem um pouco de trabalho.
Pergunta (1):
E a sua experiência como aluna aqui?
Resposta:
Então, eu acredito que foi, assim, eu sempre digo assim, principalmente quando eu terminei, quando a gente teve que escrever os agradecimentos na dissertação, eu acho que a Escola de Comunicação que me despertou mesmo, sabe? Para muitas coisas. Porque eu comecei a faculdade, eu estava na Escola de Comunicação, eu tive incentivo ali da Ana e que foi uma pessoa que me ajudou a me organizar, sabe? É uma pessoa extremamente organizada, assim, você olha para ela [risos], e ela é extremamente exigente também, a gente era muito oposto, então é, eu acho que me favoreceu muito essa, essa relação. E também é, aí eu fiz o MBA, porque na verdade assim, eu prestei vestibular para fazer Publicidade e Propaganda aqui, só que na época tinha uma portaria, que a gente não sabia, que o funcionário só podia prestar o vestibular e ter bolsa dos cursos que possivelmente você fosse utilizar, então eu prestei Publicidade porque era o que tinha mais haver com a linguagem e tudo mais e, no entanto, eles só autorizaram para administração, então eu coloquei lá segunda opção Administração por colocar e acabei fazendo um ano de Administração aqui. Só que eu não me adaptei ao curso, foi que eu fui buscar, olha isso, agora que eu estou lembrando dessa história, foi que eu fui buscar fazer a faculdade fora daqui. E aí tendo essa oportunidade de uma bolsa, porque eu não utilizei, o funcionário tem direito a duas bolsas de estudos, então aí eu fui fazer o MBA, e também eu tive uma visão de mercado que eu não tinha, eu também tive o despertar da revisão de texto. Então é muito legal, porque interpretar toda essa história, porque a gente percebe, eu percebo, né? Que eu tive uma visão é, o meu desenvolvimento pessoal e profissional se deu aqui, mesmo com alguns percalços aí no caminho, né? Mas profissional porque eu descobri a revisão de texto e também a questão de pesquisadora e tudo mais, que eu pretendo não deixar de lado muito cedo, então eu acho que a USCS, obviamente, participou de todo esse processo. Eu respondi, não? [Risos].
Pergunta (1):
Respondeu. Mas, e a parte já do mestrado? Você fez primeiro o MBA e depois fez o mestrado?
Resposta:
Eu então, aí é a questão, é verdade, da Escola de Comunicação, que eu dei a volta ao mundo aqui [gesto com a mão imitando uma volta ao mundo] e não, né? Eu vi o empenho dos professores, tem alguns, bem específicos que estavam no mestrado e eu acompanhava isso, que era a professora Priscila, o professor JB, que é quem estava ativo no mestrado e me despertou, não necessariamente a docência, sabe? Eu não sei se eu tenho esse dom, enfim, eu nem sei se existe isso de dom também, se você é colocado, eu não acredito muito nisso de dom, é verdade, eu acredito na necessidade que a sua vida te coloca. Se você precisa dar aula, você vai dar aula, agora se você é bom nisso aí é outra história, então eu não sei, eu nunca precisei, né? Nem nunca fui colocada, mentira! Fui, mas não deu muito certo, talvez por isso eu não sei exatamente se vai ser a docência que eu vou... Enfim, mas essa questão da pesquisa, sabe? Essa questão de você se debruçar sobre um tema e estuda-lo, e encontrar autores, e aprender essa linguagem acadêmica, que é o autor que fala, e que você não tem voz, às vezes, mas que lá na conclusão você consegue dar uma opinião, enfim [55']. Eu via muito isso nos professores, principalmente quando vocês iam para congressos [risos], então isso me fez ter uma vontade e era um próximo passo, já que eu estava empenhada ali na literatura e tudo mais, por que não tentar estudar um pouco mais? E aí, obviamente, quem me incentivou bastante foi a Paula Venâncio, né? Ela começou a ser professora auxiliar, ela, o Luciano e a Danuza, eram professores auxiliares, foi a primeira turma de professores auxiliares que teve lá na Gestão de Comunicação, e aí como eu estava na secretaria a gente sempre papeava bastante, porque se o professor não faltava eles ficavam lá. E a Paula tinha terminado o mestrado, e aí ela falava da pesquisa, o Luciano tinha terminado o mestrado, e aí ele falava da pesquisa, aí fiz a revisão do Luciano, da dissertação do Luciano. E aí tudo isso, né? Se você está perto, quanto mais próximo, acho, que você está de uma situação que te faz ter vontade, obviamente que eu tinha a minha vontade de querer estudar mais, enfim, e aí foi muito do nada também, igual a transferência de setor. Era o último dia da inscrição do mestrado, eu não falei absolutamente para ninguém, fui lá fiz a inscrição, paguei, aí no outro dia estava aqui, só avisei, quem que era o gestor na época? Falei: ‘Não, tem horas, não vou trabalhar tarde, porque eu tenho uma prova para fazer'. Mas porque eu não sabia como seria a situação, se eu teria bolsa, se não teria, não tinha dinheiro, eu tinha dinheiro para quatro, cinco mensalidades, no máximo, e aí foi dando certo entendeu? E até o objeto de estudo apareceu assim do nada, eu não conhecia muito bem, então eu acho que vai da sua vontade também, e da oportunidade que é dada a você. Então acho que foi bem isso, aí fiz a prova e passei, aí que eu fui pedir a bolsa [risos], com toda a cara de pau do mundo, então aí fiz uma carta para o reitor, quase nunca falava com o professor Bassi e eu achei muito gentil da parte dele, né? Porque a gente nunca teve uma convivência assim muito... E aí eu coloquei na carta toda a minha vontade que eu tinha e tudo que a USCS tinha me despertado também, porque a USCS tem uma culpa nisso, né? [Risos], de apresentar a parte acadêmica de uma forma muito instigante, que você quer aprender. Então acho que foi mais isso.
Pergunta (1):
_________.
Pergunta (2):
Acho que da USCS deu bastante coisa, podemos caminhar para o final já deu bastante tempo!
Pergunta (1):
Você terminou o mestrado esse ano?
Resposta:
No começo desse ano, é.
Pergunta (1):
No início do ano.
Resposta:
No começo de 2017, apresentei em, não sei a data, logicamente que eu não vou lembrar daquela data, mas foi em março, abril.
Pergunta (2):
Em fevereiro deve ter sido!
Resposta:
Não, não foi em fevereiro. Foi em março, não?
Pergunta (2):
A classe de vocês era fevereiro, você não pediu prorrogação.
Resposta:
Fevereiro? Então foi fevereiro [risos]. Se a gestora fala [risos].
Pergunta (2):
Vou ter o privilégio de assinar o histórico da Marialda [risos].
Resposta:
Você viu? Já assinou, gente, já assinou.
Pergunta (1):
Mari, antes de falar mais para o final, eu sei que você tem referências muito fortes de poesia, que você gosta muito, você gosta muito de artesanato também, e de música.
Resposta:
Sim.
Pergunta (1):
E de onde vem esse gosto esse gosto seu, pessoal, e fala um pouco também do artesanato que você faz?
Resposta:
Eu ia falar uma coisa engraçada, mas não vou falar não, ia falar que tem haver com signo, mentira, não tem.
Pergunta (2):
Qual o seu signo?
Resposta:
Peixes [risos], mas pode ser que tenha. Mas eu não sei gente, da onde vem a poesia, eu acho que é por conta da faculdade também, eu sempre gostei muito de ler, mas é aquilo né? [01:00'] A gente vai aprendendo na vida que você vai se tornando um leitor mais crítico, aí eu acho que quando você chega em uma, é porque é muito [confusa]. Na poesia existe muito preconceito também, se a gente for ver foram todos os autores homens, em sua maioria brancos, tirando aí Machado de Assis, Lima Barreto, hoje a gente tem essa oportunidade de aprender, mas, por exemplo, na faculdade é, e hoje eu tenho essa visão crítica, isso é muito legal, né? Ter a visão crítica do que você aprendeu lá na faculdade, que até em uma faculdade de Letras que deveria ser uma coisa extremamente libertadora, é apresentado para você alguns autores que estão ali no guia do MEC, sei lá, e não necessariamente autores negros, hoje eu tenho muita vontade de estudar autores africanos, a cultura africana, enfim, aí porque você vai aprendendo a ler a sua própria poesia, né? Então vai, às vezes, não é preconceito o que falam do Augusto Cury, por exemplo, mas quando você vai se aprofundando, você vai aprendendo e entendendo a história que tem em todos, nesse percurso que às vezes é apresentado para a gente como padrão, entendeu? Então hoje, para mim, hoje eu estou estudando um pouquinho de poesia [pausa para pensar], modernismo. Mas assim, por exemplo, hoje um autor que eu adoro é o (Icamens), que é um autor que eu coloquei até a poesia dele na dissertação, que é um autor do modernismo americano, e é bem artista concreto mesmo. Mas eu acho que a possibilidade de estudar poesia faz com que a gente se aprofunde um pouco mais no [pausa para pensar], aí eu não sei nem como dizer, mas dentro da gente sabe? E isso que tem, a evolução, a minha evolução eu acho que é muito mais importante do que, aí como que eu, estou me enrolando aqui, não estou conseguindo me expressar! Mas eu acho que é isso poesia entendeu? Eu não consigo, não dá, a gente faz uma análise aqui, a gente fala da onde que o autor nasceu, em que época, em que vanguarda que ele pertencia, em que escola que ele pertencia, mas no final o que importa é o que está ali dentro, o que você entende daquilo. Por isso que eu acho que a poesia é tão abrangente, porque cada um vai ter a sua interpretação, mas favorece também a gente no tempo histórico, enfim, não sei, estou bem enrolando bastante, mas é que eu gosto muito de poesia, se eu pudesse ficava falando só de poesia. Mas eu acho que o importante para mim na poesia é aprender cada dia mais e ler autores diferentes, de outros continentes, porque a poesia é isso, é uma coisa que não tem muita explicação, mas que você se encontra, eu me encontrei completamente nela.
Pergunta (1):
Quais os autores que você gosta mais assim? Eu sei que é um difícil.
Resposta:
É, é um pouquinho difícil. Mas eu gosto do Eduardo Agualusa, que é um autor angolano, gosto do, e é tudo branco esse povo, né? [Risos], mas tudo bem, gosto do, não estou lembrando de nenhum negro, né? Porque a Carolina de Jesus é uma poeta negra, então assim, é uma coisa muito dolorosa sabe? De se ler, mas acho que todo ser humano precisa passar por isso, por esse tipo de leitura, tem Valter Hugo Mãe também, que é um autor português, todos vivos, gosto bastante desses contemporâneos, mas que também eles falam muito. Que nem o Agualusa ele é branco, mas ele casou com uma negra, uma poeta negra, a filha dela é linda, é negra também, e é legal do Agualusa porque ele divulga muito autores angolanos, muito. E aí ele diz que lá não tem muito essa possibilidade de editora, de, né? Então a internet favorece isso, faz com que todos eles sejam divulgados e tudo mais, mas eu acho que mais esses mesmo. Bom, se eu for começar a lembrar melhor não começar, né? Porque se não.
Pergunta (2):
E as coisas da Mari de onde vêm?
Resposta:
Olha, deixa eu tentar lembrar da onde que vêm gente [01:05']. Eu comecei a fazer artesanato mesmo depois que eu terminei a faculdade, não foi, a minha mãe sempre costurou, até hoje eu não me conformo de ela ter dado aquela máquina de costura dela, brigo com ela até hoje, aquelas que é de pedalzinho, sabe? E foi depois da faculdade. Eu não lembro o que que me despertou a fazer artesanato, mas eu deslanchei, eu lembro que teve uma época que eu fazia carteira, fazia de tudo [risos], aí tem os brincos, mas eu dei uma parada também, porque não dava para fazer junto com o mestrado, né? E aí eu parei, mas talvez eu volte agora, alguma novidade, eu tenho um problema que eu não consigo, eu tenho muito material de artesanato, mas por que? Começo, aí eu aprendo, faço, mas eu não gosto de vender, não sei vender, aí eu dou, faço presentinhos, é melhor [risos]. Acho que é isso
Pergunta (1):
Tem, sem ser a sua irmã, foi só a sua irmã que estudou aqui, né? Da sua família.
Resposta:
Só.
Pergunta (1):
Veio mais alguém da sua família para cá ou não? Da família dos seus pais.
Resposta:
Não. Meu pai tinha um irmão aqui.
Pergunta (1):
Antes?
Resposta:
Antes. Antes dele vir ele já morava aqui. Era o meu tio Chiquinho, que aí tem os meus primos, eles moram em Santo André também, mas o que acontece, sabe aqueles natais, né gente? Que todo mundo tem em família? Aí teve um natal que a minha irmã brigou com um menino, com o mais velho, porque têm os gêmeos que têm a minha idade, e tem o mais velho que tem a idade da minha irmã. E aí teve uma briga que eu não lembro nem para que, nem porquê aconteceu a briga, e aí eles se distanciaram um pouco. Aí a gente foi voltar o contato depois que o meu tio faleceu, a gente ficou sabendo do falecimento, fomos ao velório, trocamos telefone, que não se tinha mais, é muito engraçado, parte da família do meu pai a gente tem distanciamento, assim. Agora da minha mãe, apesar da distância, é bem próximo, inclusive eu tenho uma tia que chama Marialda, eu só chamo Marialda porque ela chama Marialda.
Pergunta (1):
Sério mesmo?
Resposta:
É [sinal de afirmativo com a cabeça]. É a filha mais nova da minha avó, e aí, enfim, minha avó morreu com 100 anos, há quatro anos, e enfim, nem sei porque eu estou falando tudo isso, né gente? Por causa da relação, né, das famílias aqui? Não, aí uma tia veio quando eu nasci, quando a minha irmã nasceu, e às vezes ela vem para cá, principalmente agora, depois do problema da minha mãe, ela sempre vem, uma vez por ano assim, ela fica aqui com ela.
Pergunta (1):
É, o que é que a USCS representa para você, hoje?
Resposta:
Ahh eu acho que eu até falei bastante já, eu acho que é esse desenvolvimento pessoal, profissional, sabe? Eu acho, é engraçado até, se eu olho aqui no meu WhatsApp a maioria dos últimos contatos é tudo USCS [risos], mas por que? Porque, por conta da amizade que a gente acaba desenvolvendo com todo mundo, algumas pessoas. Então, e porque se passa, eu passo, tenho passado a 16 anos, não é metade da minha vida, mas é uma grande parte da minha vida, aqui, e como eu morei em São Caetano parece que é tudo mais uma coisa, sabe, já? Como eu nasci aqui em São Caetano e a USCS é em São Caetano, é engraçado, parece que já misturou tudo e às vezes é difícil dissociar, é difícil. Até muito engraçado um negócio que a minha irmã fala, porque a minha irmã ela mudou 1000 vezes de emprego já, e eu sempre na USCS, aí ela fala assim: ‘Então, mas você já vai para a USCS Boa Tarde? ', porque às vezes atende o telefone: ‘USCS Boa Tarde! ' [Risos], besteira, né? Mas é porque, enfim, eu sou mais de criar raiz, ela não é, né? Então, e é muito legal isso, eu não vejo isso como algo negativo, eu acho muito positivo.
Pergunta (1):
Tem mais alguma coisa que você queria contar? Um caso, às vezes, alguma coisa que aconteceu?
Resposta:
Eu acho que não. É que tem muita coisa, né? Aí quando você, eu não lembro muito bem [01:10']. Tem uma coisa engraçada, para variar, né? Que é a gravação daquele vídeo da USCS, lembra, lembra que a professora [Luciana] Patara gravou um vídeo? E eu, gente, não tenho condição de participar, né? Porque não faz, não faz sentido para mim, porque eu sou muito envergonhada, apesar de não parecer muito, sou muito, né? E aí eu relutei até o final, e aí ela já estava lá, já tinha colocado presença, a secretária de comunicação vai participar tal e não sei o que, eu falei: ‘Gente, não vou participar'. Aí eu estava indo embora esse dia, falei: ‘Não vou, vou me esconder aqui' e tal, aí os meninos foram me buscar no cartão de ponto, gente você tem que participar, mas gente eu não vou participar, e aí, às vezes, né? Até hoje, graças a Deus hoje não está mais na home da USCS, mas ficou por muito tempo, você descia lá os vídeos. Aí teve uma vez que estava parado com a minha cara até, não sei quem que fez isso [risos], eu com uma cara de quem queria não estar ali, sabe? Mas é isso, a gente acaba fazendo, porque é uma coisa que eles queriam, apesar de eu não concordar, né? Os alunos fizeram ali e eu acabei participando, mas foi muito engraçado. Enfim, acho que é isso, tem muita coisa, mas eu não vou lembrar agora não [risos].
Pergunta (1):
Em que momento você veio para esse campus?
Resposta:
Em que momento?
Pergunta (1):
É, porque você sempre lá no Barcelona.
Resposta:
Isso. Foi que precisavam de um funcionário aqui para o EAD, porque no projeto pedagógico dos cursos está descrito que tem, tinham dois polos né? E aí até tinha um funcionário aqui, mas aconteceu um problema e aí ele teve que voltar, e logo que eu entrei, acho que eu não fiquei nem dois meses lá no, nem sabia dos procedimentos direito, né? Aí o professor Elias me chamou e falou: ‘A então, a gente precisa de um funcionário que fica lá no outro campus'. E novamente tudo se casou muito bem, porque eu estava fazendo mestrado já, e aí eu estava indo e voltando naquele sol das cinco da tarde, quando acabava a aula, para marcar o ponto saia correndo, e aqui ficou tudo mais ajustado, né? Apesar de fazer os horários direitinho, que eles mudaram completamente o meu horário, eu entrava quando acabava o mestrado, a aula, marcava o ponto, e trabalhava sábado o dia inteiro para compensar esses, essas horas. Mas facilitou muito, e aí eu me encantei por esse campus [risos], porque favorece o ambiente de trabalho que eu preciso, né? Que é silencioso, para fazer revisão.
Pergunta (1):
Tem uns três anos então que você está aqui?
Resposta:
Então, o mestrado são dois anos, né?
Pergunta (1):
Dois anos!
Resposta:
Dois anos. Parece muito, e eu não conhecia ninguém desse campus quase, conhecia a Cida só, e mais ninguém. E é muito legal, muito bom, espero que permaneça por um tempo.
Pergunta (1):
É isso. Tem mais alguma coisa que você queira [interrupção da entrevistada].
Resposta:
Não, nadinha está tudo certinho.
Pergunta (2):
[Tosse]. Vou terminar de tossir já que não tem nada [risos].
Resposta:
Eu também estou com uma tosse aqui ó, segurando!
Pergunta (2):
Quer água?
Resposta:
Não, daqui a pouquinho eu tomo, pode deixar, tranquilo.
Pergunta (1):
Você quer perguntar mais alguma coisa?
Pergunta (2):
Não. Vamos encerrar assim, ou quer falar alguma coisa para fechar?
Resposta:
Ai gente, não sei [risos]. Não, é muito bom trabalhar aqui, eu acho retém demais é essa, a questão salarial só, já que é para falar né?
Pergunta (2):
[Risos]. Já que é ________.
Resposta:
É, já que é para registrar. Mas eu acredito também que existam caminhos no futuro para isso, eu estou aguardando a abertura de um concurso, quem sabe de professor, né? Ou alguma outra função que eu possa, e é isso, mas é muito bom, eu acho que à parte, né? Não falando sobre remuneração, a USCS é um ambiente muito bom de se trabalhar, porque a questão do ensino eu acho que tem, né? Tanto a graduação, quanto a pós-graduação, tem buscado cada vez mais ser excelência, que eles falam tanto, e eu acho que isso é muito importante, porque no Brasil do jeito que a gente está, o pessoal sem, muitas vezes, sem muita perspectiva, a gente vê a USCS se desenvolvendo nessa [01:15']. Eu acho que é muito legal o objetivo, eu creio, dessa nova gestão, porque a USCS desenvolveu em tamanho, né? Em quantidade, né? Então eu acredito que agora desenvolver a qualidade vai ser um passo muito importante, já tem desenvolvido, mas e é isso.
Pergunta (2):
Muito bem, muito bom.
Pergunta (1):
Muito obrigada!
Resposta:
Imagina, obrigada eu! Espero que eu não tenha falado nenhuma besteira.
Lista de siglas:
USCS- Universidade Municipal de São Caetano do Sul.
GM- General Motors.
MBA- Master of Business Administration.
EMEI- Escola Municipal de Educação Infantil.
RH- Recursos Humanos
EAD- Ensino a distância.
MEC- Ministério da Educação.
DP- Departamento Pessoal.
Lista de palavras com dúvidas:
(Icamens)
(Sanches)
(Milhéu)
(Clarice Salim)